sexta-feira, 1 de julho de 2016

Relato de Parto - Hospital Naval Marcílio Dias - 24-10-15

Moças, quanto tempo! Como vão?


Se derem uma boa olhada no google verão que há inúmeros relatos de parto, entretanto em minhas buscas jamais encontrei nada sobre mulheres que pariram seus rebentos nesse hospital. Sendo assim, creio que o meu relato possa ser útil para alguma gravidinha esposa de Naval ou Marinheiro.

Bem, para quem está no comecinho, cabe ressaltar que na Marinha todo o acompanhamento do pré-natal é feito mensalmente nos ambulatórios (Penha, Tijuca, Campo Grande e Niterói). Infelizmente as grávidas devem ligar todo mês para o ambulatório e fazer o agendamento. Se não tiver vaga, infelizmente fica sem. Uma dica que posso dar é que peçam aos obstetras os encaminhamentos de exames bem adiantados e com a data na qual devem fazer (as guias da Marinha valem por 90 dias),  podem até ficar sem consulta, mas terão feito os exames. Outra coisa importante é que as ultras e são descontadas no bp (acho que é 100,00), então se achar um bom médico perto de sua residência e que seja em conta, talvez seja mais cômodo fazer particular.

Só à partir da semana 33 é que (em geral) a grávida segue para acompanhamento no Hospital Naval Marcílio Dias (Lins de Vasconcelos), onde até a semana 37 é feito quinzenalmente e à partir daí passa a ser semanal, sendo feito o exame CTG sempre antes das consultas.*

* Para essas consultas espera-se em média 4 horas pelo atendimento devido ao grande número de gestantes. Meu conselho é que chegue até 5 para tentar sair por volta das 9h30. Os médicos começam a atender às 8:00, mas às 4:00 as gestantes já começam a chegar. 
Se você tem a tarde livre, pode chegar antes das 10:00 que o tempo de espera deve ser menor nesse período.
A primeira consulta é bem demorada e você receberá uma série de documentos e orientações sobre o trabalho de parto, bolsa da maternidade e etc.

Algo importante sobre o hospital é que não disponibiliza o estacionamento para os pacientes e estacionar fora pode ser complicado de achar vaga e perigoso com os crescentes assaltos na região, não também alvo de tiroteios. Eu fui até a última consulta de ônibus, em geral sozinha porque o marido não foi liberado.

Em geral, caso a grávida não tenha seu trabalho de parto iniciado espontaneamente até a semana 40, será agendada a internação para a semana 41, onde será feita a indução do parto normal e caso seja necessário, conforme avaliação médica será realizada a cesariana.

Quanto ao meu parto, minha internação estava marcada para o dia 27 de outubro, dia no qual completaria 41 semanas, entretanto no sábado 24 minha bolsa rompeu (sensação de desentupidor de pia) às 01:30. As contrações se iniciaram em seguida com intervalo já de 10 em 10 minutos.  Fiquei alternando entre ficar deitada e fazer exercícios na bola até as 5:30, momento no qual acordei meu marido e minha tia que ficaria como minha acompanhante** no hospital.

** Como a enfermaria é para quatro pacientes, somente mulheres podem ser acompanhantes para garantir a privacidade das demais puérperas. Os papais podem assistir o parto e visitar nos horários de visita. 


Tomei banho e tomamos café da manhã. Me vesti e nesse ponto as contrações já estavam a cada  cinco minutos.

A lista de números de táxi que eu tinha falhou e recorremos a um amigo do marido que nos levou até o local. Chegamos ao hospital às 7 com as contrações a cada minuto e fiquei cerca de 20 minutos na salinha de atendimento da emergência aguardando a médica. Nesse ínterim, eu vocalizando, grunindo ou sei lá o que pra ajudar, entrou uma enviada das trevas e perguntou com cara de poucos amigos: ¨quem é que está fazendo todo esse barulho? é você? hummmm!¨Não sei se era médica, só sei que não era humana.

Enfim a médica que iria me atender chegou, me deram aquela roupa linda aberta atrás e lá fomos para o exame de toque  que mostrou 4 cm de dilatação.

Só pra ficar mais ¨emocionante¨ a médica colocou o aparelho para ouvir o coração do bebê e o volume estava no mínimo. Ninguém ouvia nada. O tempo parou por alguns minutos até que finalmente ela identificasse o problema.

 Fizeram os procedimentos para internação. Antes de irmos para o pré parto, a segunda endemoniada disse: ¨iiiiii, 4 cm e já com essa dor toda?¨

Já na salinha as enfermeiras do local foram tranquilas e gentis. Me deram a opção de ir caminhar, tomar banho, fazer exercícios na bola e fiquei caminhando o tempo todo porque não suportava ficar deitada. Gente, a dor é inexplicável mesmo. Pelo menos foi para mim. Eu lembro que pedia desculpas o tempo todo porque até gritei gente. Um horror!

Somente quando me deu uma vontade enorme de fazer cocô que o médico que faria meu parto foi chamado e meu marido foi autorizado a entrar. Eu lembro de pedir pra ir ao banheiro e a enfermeira tentando me acalmar enquanto dizia que não podia, que era o bebê nascendo. Eram 10 horas e o médico constatou que estava com 8 cm de dilatação.

Nesse ponto uma das enfermeiras, me explicou como eu deveria fazer força (deve ser como fazer o número 2 mesmo), mas creio que a dor apaga uma parte dos neurônios e fazemos a força errada. Deve ser frustrante pra elas quando tentam nos ajudar e não entendemos.

Depois de um tempo o médico responsável achou melhor me encaminhar para a cesariana e solicitou ao outro médico que estava acompanhando o parto que colocasse a sonda. Mesmo assim, nas contrações, continuei a fazer força (agora certa). Na verdade eu já estava em transe, parecia impossível não fazer força. Minha filha queria nascer e ponto. Enquanto preparavam a sala pra cirurgia, alcancei os 10 cm de dilatação e tiveram que tirar a sonda e me levar rapidamente para a sala de parto.

Na sala, me colocaram na mesa e o médico responsável já soltou um: "arrumem essa posição que aqui não tem parto humanizado não". ok. Foram umas duas contrações e o médico assistente/executante me motivou dizendo que tinha sido uma ótima força e que já estava vendo os cabelinhos. Mais duas/três contrações e o médico responsável falou que eu não iria conseguir sozinha, ¨faz o bloqueio e a episio". Depois co corte, ele pediu o banquinho, empurrou minha barriga e minha filha escorregou para fora. Era meio dia 10:30 após o rompimento da bolsa.

Ela ficou calada, olhando tudo, como se precisasse de um tempo pra entender o que estava acontecendo. Ficou no meu colo um pouco. Só chorou após os procedimentos invasivos que a maioria dos locais faz e entende como necessários para o bem estar do bebê. Depois foi vestida e assim que terminaram minha sutura, ela veio para o meu colo e já mamou um pouco.

Ficamos no local para observação e ali, com ela no colo e marido ao lado eu já almocei. Depois do tempo de observação, que deve ter sido uma hora em média, me despedi do marido e subi com minha tia e meu pacotinho pro quarto. Ela foi pro seu bercinho e ficou o tempo todo comigo ao lado da cama.

Independente do parto, a alta se dá em 48 se tudo estiver bem. Nossa estadia nesse período foi bem tranquila. A acompanhante é imprescindível porque e ela e a mãe que se revezam nos cuidados com o bebê. As enfermeiras orientam sobre o primeiro banho e ajudam somente quando necessário.

CONTINUA

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